22.12.06

Depois de ler Mateus 1 e 2

É preciso ter coragem para celebrar o Natal. Coragem e fé. Sim, porque quem celebra o Natal faz afirmações que somente a fé justifica, e se coloca na contra-mão de uma cultura que tirou o microfone da boca da religião e deixou os fiéis falando sozinhos.

É preciso ter coragem e fé para confrontar os cientistas queafirmam que tudo o que acontece no mundo, seja uma cura inexplicada ou uma chuva inesperada é um fenômeno da natureza, portanto, natural, isto é, sem qualquer interferência do sobrenatural, até porque não existe nada que seja sobrenatural, tudo pode ser explicado pela razão humana. Celebrar o Natal é afirmar que uma mulher ficou grávida pelo Espírito Santo, em outras palavras: sem fazer sexo com um homem.

É preciso ter coragem e fé para confrontar os filósofos que dizem que espírito e matéria não podem se unir de maneira indivisível, que o espírito é essencialmente bom e a matéria é essencialmente má, e que não é possível que o espírito venha habitar a matéria, de modo que a idéia de um Deus encarnado é absurda. Celebrar o Natal é dizer que o menino nascido em Belém é Deus em forma humana, e que a partir daquele dia “há um homem na Divina Trindade”.

É preciso ter coragem e fé para confrontar os antropólogos, sociólogos, psicólogos e tantos outros “ólogos” que dizem que não existe pecado, não existe certo e errado, não existe verdade absoluta, que advogam que cada cabeça tem uma sentença e todas as sentenças são iguais em termos de possibilidade e valor. Celebrar o Natal é afirmar que há um Deus pessoal foi ofendido pela rebelião humana e que este Deus três vezes Santo providenciou expiação para o pecado e a culpa humanas enviando Jesus para salvar o homem do seu pecado.

É preciso ter coragem e fé para confrontar os arrogantes e prepotentes poderosos políticos que usurpam a autoridade que lhes foi concedida desde o céu para promover a justiça, coibindo o mal e punindo os malvados, e que se valem de sua posição social para legislar e arbitrar em causa própria e construir um império pessoal egocêntrico através do comércio – compra e venda – de tudo e todos, desde ouro, petróleo e água até corpos e almas de seres humanos. Celebrar o Natal é afirmar que nasceu Jesus, Rei dos reis, Senhor dos senhores, poder e autoridade acima de todo nome que se nomeia no céu, na terra e debaixo e debaixo da terra, antes e agora e para todo sempre.

Celebrar o Natal é olhar para as estrelas e enxergar nelas e através delas o Deus que chama cada estrela por seu nome. Celebrar o Natal é olhar para as coisas da terra e enxergar nelas e através delas as coisas do céu. Celebrar o Natal é olhar para a bestialidade humana e enxergar nela e através dela a justiça, o juízo, a misericórdia, o perdão, a graça e o amor do Deus que faz novas não apenas todas as coisas, como também todas as pessoas que colocam sua confiança em Jesus Cristo, o primogênito dentre muitos irmãos.

Celebrar o Natal é olhar para a miséria humana e enxergar nela e através dela o clamor e o suspiro dos oprimidos, que não ficará sem resposta, pois eis que vem aquele julgará os povos com retidão e estabelecerá seu reino eterno fazendo com que a terra do conhecimento da glória de Deus como as águas cobrem o mar.

Celebrar o Natal é celebrar Jesus. Celebrar o Natal é celebrar a esperança. A esperança, a coragem e a fé.

Feliz Natal.

1 Comments:

Blogger Lou H. Mello said...

Lendo seu texto, fico com a impressão de haver mais um adepto do natal o ano inteiro sob o risco do natal ser declarado out of Jesus.

1:51 PM  

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Ed René Kivitz
Pastor da Igreja Batista de Água Branca (São Paulo), autor e conferencista.
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